terça-feira, 30 de abril de 2013

"Sempre a Aprender" - Jornal de Turma do 4ºano


COMO NASCEU O JORNAL


No 1º Ano nós estávamos a pensar numa forma de partilharmos o nosso trabalho com as turmas e as nossas famílias. Lembrámo-nos do jornal da escola e que nos outros jornais encontramos notícias e passatempos e estes informam-nos. Pensámos que lá podíamos publicar textos e muitas coisas e foi assim que nasceu o jornal.
O passo seguinte foi escolhermos o nome do jornal. Tivemos uma semana para pensar num nome que mostrasse o que queríamos fazer com o nosso jornal. Todas as sugestões foram ouvidas e discutidas. Acabámos por acordamos que a sugestão do Vasco foi a melhor. O jornal passou a chamar-se “Sempre a Aprender”.
Então, como é que nos organizamos? Nós fazemos reuniões de pauta, onde combinamos o que queremos publicar, os compromissos de entrega, os responsáveis pelas várias tarefas e discutimos opiniões e eventuais problemas que surjam.
O jornal tem vários textos de cada um de nós e este é publicado no final de cada período.
No jornal publicamos textos informativos, textos de visitas, projetos apresentados na sala, poemas, notícias, passatempos, etc. Os nossos textos são acompanhados de imagens ou desenhos ilustrativos. Alguns textos têm de ser trabalhados. Podemos fazer isto a pares ou em coletivo.
Os textos finais, já com as imagens, são colocados numa pasta do computador da sala. Quando temos todo o material combinado, os responsáveis, ou seja os editores, fazem as revisões dos textos e montam o jornal.
O jornal tem capa, índice, editorial, textos e imagens.
Nós adoramos fazer o jornal e partilhar os nossos conhecimentos com os outros!!!



Marta M.
4ºano 2012/13


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Monges Tibetanos vieram ao nosso colégio


No passado dia 12 de abril o nosso colégio teve a honra de ser visitado por dois monges tibetanos da Universidade Monástica Gaden Shartse, localizada no sul da Índia. Os monges são apresentados pelo gabinete de Sua Santidade o Dalai Lama e encontram-se em Portugal no âmbito da Tour Mundial Pela Paz Interior 2013, sob a coordenação mundial de Pneuma System e a co-coordenação da INKARRI Associação Multicultural.



Para além da visita às nossas instalações os monges disponibilizaram-se para responder a algumas perguntas dos nossos alunos da Sala de Estudo. Foi uma excelente oportunidade para estes treinarem a sua comunicação oral na Língua Inglesa e conhecerem um pouco melhor a cultura Tibetana e a sua história.



Uma das questões que os alunos quiseram aprofundar mais foi o que é que os monges fazem diariamente no mosteiro. Os monges explicaram que educavam cerca de 400 crianças que foram entregues pelos seus pais ao mosteiro, a partir dos 6 anos de idade (porque os pais não têm condições para os sustentar) e que se dedicavam às práticas budistas. De imediato os alunos quiseram saber o que eram as práticas budistas. Sumariamente os monges explicaram que estavam relacionadas com meditações, orações, cerimónias para promover a paz interior e a educação da mente.



Os educadores presentes ficaram com vontade de incentivar a cultura geral dos estudantes promovendo momentos de pesquisa sobre a  história do Tibete, assim como conhecer melhor a vida do seu Líder espiritual (e líder do governo em exílio), o 14º Dalai Lama que foi o vencedor do Prémio Nobel da Paz em 1989, pelos seus esforços pela libertação do Tibete sem o uso da violência.

terça-feira, 2 de abril de 2013

A harmonia entre autoridade e liberdade – enquanto princípio orientador das vivências nesta instituição


1. Liberdade versus Autoridade?

            Para Savater (1997), citando Hegel, «ser livre não é nada, tornar-se livre é tudo». Segundo este autor a liberdade é uma conquista.“Nenhum dos seres humanos é «livre» se por tal entendermos ser capaz de inventar-se completamente a si mesmo apesar da sua herança biológica e das suas circunstâncias ambientais […].”
            Por outro lado é importante darmo-nos conta da profundidade da relação entre estes dois conceitos, que talvez não exista liberdade sem autoridade, um conceito não exclui o outro, mas acompanha-o como referem Reboul (2000) e Cabanas citando Reboul:

                                     E o verdadeiro debate não é entre uma liberdade e uma 
                                     autoridade igualmente abstratas,  mas entre as diferentes figuras de 
                                     autoridade: qual é a mais apta para educar, isto é, para formar liberdade? […]
                                     [o fito da educação] é permitir a cada qual aprender por si mesmo 
                                     dispensando o professor, e ir do constrangimento para o 
                                     auto-constrangimento ser maior.
                                     (Reboul, 2000)

                        « […] não significa simplesmente contradição, mas também oposição
                        de duas leis, quer dizer, de duas regras, cada uma das quais pode
                         reivindicar com justiça a nossa adesão. Desconhecer uma destas
                        duas regras opostas será uma violência arbitrária do espírito, um dogmatismo.» 
(Cabanas, 2002)

            Para que os alunos não se prejudiquem a si e aos outros tem que haver referências de autoridade, regras a cumprir e constrangimentos para quem não os cumpre. Porém, o objetivo da autoridade é a integração social e o convívio harmonioso entre todos, não é que fiquemos dependentes dela e deixemos de atuar de determinada maneira com medo de sermos castigados, mas com a responsabilidade e consciência de porque é que não o devemos fazer, como refere Kant, citado por Cabanas:

                                    […] Como cultivar a liberdade pela coação? Devo acostumá-lo 
                                    [educando] a sofrer uma coacção na sua liberdade, e ao mesmo 
                                    tempo devo guiá-lo para que faça um bom uso dela. Sem isto tudo 
                                    é um mero mecanismo e uma vez acabada a sua educação não 
                                    saberia servir-se da sua liberdade. (Cabanas, 2002)

            Como fim, será ter um sentimento de autoridade e liberdade implícitos pelos quais nos vamos regulando. Essa autonomia pode e deve ser potenciada em educação, como veremos mais à frente.

(...)
           Foi com a intenção de querer ser um estabelecimento de educação de referência, e não autoritário, que este colégio se inspirou na pedagogia do modelo do Movimento da Escola Moderna (que teve a sua origem na década de 60):

                        O Movimento da Escola Moderna é uma associação de profissionais de 
                        educação que se assume como movimento social de desenvolvimento 
                        humano e de mudança pedagógica. Propõe-se construir respostas contemporâneas 
                        para uma educação escolar intrinsecamente orientada  para valores democráticos
                        de participação direta através de estruturas de cooperação educativa   (www.movimentoescolamoderna.pt).

            Foi há cerca de 10 anos que o nosso colégio sentiu necessidade de trazer para a sala de aula e escola a vivência em comunidade. Era importante que os alunos percebessem que a vida da escola ou da sala seria muito semelhante àquela que teriam em sociedade quando crescessem. Daí a importância de proporcionar-lhes vivências concretas de exercício de democracia, intervenção, participação comunitária e social. Estes e outros valores, para além de serem construídos através da reflexão em assembleia ou conselho de turma ou do estudo autónomo, são vividos no dia-a-dia da turma, na escola e em determinados momentos em casa. O professor não é visto como o centro do saber, mas como um orientador do processo de aprendizagem e uma referência no relacionar dos saberes.

            Tem sido muito interessantes e enriquecedoras as reflexões que este modelo pedagógico tem possibilitado, tanto com os encarregados de educação como com a restante comunidade educativa. A relação entre liberdade e autoridade está muito presente como mote para a reflexão sobre os valores que se pretende construir no colégio. Somos seres imperfeitos à procura do equilíbrio entre perfeição e imperfeição e por isso muitas vezes caímos nos extremos do fundamentalismo que nos cega. Por isso para o nosso desenvolvimento moral enquanto instituição e profissionais da educação é tão importante a partilha, com outros colegas, de medos, de inseguranças, mas ao mesmo tempo de estratégias e possíveis soluções.

            O modelo do movimento foi um ponto de partida, porém a nossa curiosidade e vontade de chegar mais fundo nestas questões, não se esgota nele. Têm sido muito importantes as leituras e pesquisas que temos feito de outros modelos de trabalho semelhantes nos Estados Unidos, por exemplo: Organizações que investigam as relações interpessoais no contexto educativo, partindo da clarificação de valores (de Raths); ou a vivência em comunidades justas (com base na teoria cognitivo-desenvolvimentista, de Kohlberg).

            Assim, neste colégio tanto os adultos (como os alunos uns com os outros) procuram ser referências de autoridade, construída em contexto educativo. Assumimos, obviamente, que por sermos seres imperfeitos, algumas vezes, ainda derrapamos, infelizmente, para o autoritarismo. É por isso que tanto o pessoal docente como não docente procuram frequentar formações com vista à construção de uma estrutura pessoal, que os ajude a compreender a rebeldia ou desinteresse de alguns alunos, sem associar a faltas de respeito. Procuram perceber as suas motivações, apropriando-se de mais estratégias e serenidade, que lhes permitam exercer a sua autoridade sem se descompensarem, ao usarem um tom de voz ou expressão corporal desadequados.




Texto redigido por:

Marta Chumbinho
Assessora da Direção


Suporte Bibliográfico
Altarejos Masota, F. et al. (1991-98). Filosofia de la Educación Hoy (pp. 72-73 e 360). Madrid: Dykinson.

Cabanas, J. (2002). Teoria da Educação: Concepção antinómica da Educação. Porto: Edições Asa.

Reboul, O. (2000). A Filosofia da Educação (pp.53-61). Lisboa: Edições 70.

Savater, F. (1997). O valor de educar (pp. 67-81). Lisboa: Editorial Presença.